Coleoptera

A coleção do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZSP) teve seu início no Brasil Imperial, quando foram designadas comissões, para executar estudos sistemáticos de recursos naturais. A primeira foi a Comissão Geológica do Império do Brasil (1875-1878), liderada pelo geólogo canadense Charles Frederick Hartt que cinco anos antes, havia participado da primeira expedição Morgan no Amazonas. Seguindo o modelo da Comissão Geológica do Império, em 1886 foi criada a Commissão Geographica e Geologica da Provincia de São Paulo (CGG), com o propósito de constituir um grupo interdisciplinar para planejar e executar pesquisa e subsidiar a ocupação do território do estado de São Paulo. A CGG foi anexada ao “Museu do Estado” em 1893, onde neste mesmo ano, foi criada a seção de Zoologia. O diretor do Museu era o alemão Hermann von Ihering. Esse Museu, incluindo a seção de Zoologia, foi instalado no Ipiranga em 1894, denominado Museu Paulista (MP). Nessa época, já não tinha conexão com CGG. Inicialmente o MP estava formado basicamente pelas doações do Conselheiro Francisco de Paula Mayrink (1839-1906), que comprou a coleção do “Museu Sertório.” Em 1895, o MP assumiu o perfil de Museu de História Natural. Seu primeiro diretor foi o geólogo americano Orville Adalbert Derby, que tinha seguido   Hartt na segunda expedição Morgan em 1871. Vários entomólogos trabalharam no MP: Adolph Hempel (1870–1949), Curt Schrottky (1874–1937), Rodolpho von Ihering (1883–1939), José Pinto da Fonseca (1896–1982) e Hermann Luederwaldt (1865–1934). Luederwaldt começou a atividade de enviar material ao exterior, para ser identificado por especialistas, como por ex. besouros para E. Gounelle (França) e Diptera to G. Enderlein (Alemanha).

Com as mudanças no MP, em 1939 a seção de Zoologia foi transferida para o Departamento de Zoologia da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo.  A partir de então, a coleção de Coleoptera aumentou expressivamente com grande quantidade de material coletado especialmente por A. Hempel, E. Garbe, O. Dreher, W. Ehrhandt, H. von Ihering, H. Luederwaldt,  e pela doação de pequenas coleções, como por ex. E. Gounelle (Coleoptera geral), F. Ohaus (Scarabaeidae: Rutelinae), O. Staudinger (Scarabaeidae), C. Schrottky (Coleoptera coprófagos) e M. Régimbart (Coleoptera aquáticos).

Em 1969 o Departamento de Zoologia foi incorporado à Universidade de São Paulo, e denominado Museu de Zoologia. Desde então, várias coleções foram adquiridas, como por exemplo, B. Malkin (espécimes da Amazônia e Suriname), C. Elias (espécimes do sul da Bahia e Espírito Santo), Melzer (Cerambycidae), Borgmeir (Staphylinidae mirmecófilos), Halik (sul do Brasil), e Bokermann (Chrysomelidae: Chlamisinae). O número de espécimes aumentou consideravelmente com a aquisição da coleção Richard von Diringshofen, a qual incorporava outras coleções pequenas e muito importantes como:  J. Guérin (Erotylidae, parte), G.H. Nick (Carabidae), J. Bechyné (Chrysomelidae, parte), e espécimes das coleções B. Pohl e F. Plaumann. A coleção Diringshofen contém um grande número de espécimes da região Amazônica e coleção importante da cidade de São Paulo, em biótipos que já desapareceram. A parte deste material que estava montado (ca. 61.000 espécimes), também estava identificado por especialistas como: J. Bechyné (Chrysomelidae: Alticinae, Eumolpinae, Galerucinae), Erich Uhmann (Chrysomelidae: Hispinae), Fransz Spaeth (Chrysomelidae: Cassidinae), Max Liebke and S. L. Straneo (Carabidae), J. Kulzer (Tenebrionidae), Karl E. Schedl (Curculionidae: Platypodinae, Scolytinae), G. Frey (Scarabaeidae: Melolonthinae), J. Guérin (Erotylidae e Chrysomelidae: Megalopodinae), F. S. Pereira (Scarabaeidae e Passalidae), B. A. M. Soares (Brentidae) and F. Lane, J. Melzer e U. R. M. Souza (Cerambycidae).

A coleção de imaturos de Coleoptera do MZSP foi iniciada em 1966 com as coletas da Dra. Cleide Costa. A partir de 1977, com a colaboração do Prof. Sergio A. Vanin foi elaborado um projeto a longo prazo para coletar e criar imaturos de coleópteros em laboratório e montar um laboratório de criação de larvas. Nos anos seguintes foi possível agregar a colaboração principalmente de Sonia Casari e Sergio Ide. Com o material desta coleção foi possível a publicação de inúmeros artigos e dois livros Costa et al. 1988 e Costa et al. 2006.

Atualmente, reúne cerca de 40.000 exemplares, sendo 18.000 adultos, 19.000 larvas e 3.200 pupas pertencentes à cerca de 90 famílias. É única entre suas congêneres mundiais, porque inclui material exclusivamente criado em laboratório. Os espécimes estão separados em frascos de vidro, e cada amostra acondicionada em frascos plásticos de vários tamanhos e preservada em álcool 70%. A maior parte dos adultos estão acondicionados junto aos imaturos correspondentes, criados em laboratório; pequena parte está alfineta e conservada a seco em armário separado, mas próximo aos imaturos correspondentes. É formada principalmente por espécies neotropicais do Brasil, dos seguintes estados: Pará, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

A partir de 1992, a otimização do uso da coleção imaturos se fez por meio do acréscimo de um banco de dados com o auxilio da aplicação “Access para Windows” que permite  incorporação das informações já geradas. Em 2016, esse banco de dados foi transferido para o Specify e no momento, toda a coleção está informatizada.

Sistemática e Biologia de Coleoptera, com ênfase em Elateridae; Larvas de Coleoptera
Profª. Drª. Sônia Aparecida Casari
Telefone: (55) (11) 2065-8123

Sistemática e Evolução de Curculionoidea
Prof. Dr. Sérgio Antonio Vanin (Pesquisador Associado – IB/USP)
Telefone: (55) (11) 2065-8115

Sistemática, Evolução e Bionomia de Coleoptera – Metamorfose de insetos
Profª. Drª. Cleide Costa
Telefone: (55) (11) 2065-8124